Gulliver é um médico apaixonado pelo mar. É do mar que ele gosta, é a aventura que ele ama. É sua história que é retratada em “As viagens de Gulliver”, um livro escrito por Jonathan Swift, um autor inglês do século XVIII que representou em uma ficção os dilemas e as contradições de sua época. São várias as influências da vida do autor e do contexto social e político da Inglaterra em plena Revolução Industrial que podemos perceber no decorrer da história. E o mais interessante é que muitas dessas características continuam sendo atuais e importantes para a nossa fase da vida: a adolescência.
Gulliver é dividido em quatro viagens, cada uma delas com suas particularidades, com suas partes divertidas e suas partes sérias. São elas: “Viagem a Liliput”, “Viagem a Brobdingnag”, “Viagem a Laputa” e “Viagem ao País dos Houyhnhms”. Nesses lugares Gulliver vive aventuras incríveis enquanto mergulhamos na ficção de Swift, aventuras que para quem está no meio acadêmico são fontes ricas de conhecimento, são meios para explorarmos a mentalidade do cidadão inglês do século XVIII que refletia os acontecimentos da época. Para que se entenda melhor o que estamos querendo dizer vamos a um exemplo: em Liliput, Swift cria um rei extremamente absolutista cheio de defeitos, líder de uma sociedade com preocupações e leis fúteis devido à vontade do soberano. Assim, podemos ver a visão Iluminista vigente na Europa daquele século, totalmente contrária ao despotismo. E a partir de análises como essa, podemos ver inúmeros aspectos importantes da Europa do século XVIII, ao mesmo tempo em que nos divertimos lendo o livro.
Para quem está se preparando para prestar um vestibular e para entrar no competitivo mercado de trabalho, “As Viagens de Gulliver” é um livro essencial. Destacamos a viagem em que ele vai ao País dos Houyhnhms, um lugar onde moram cavalos inteligentíssimos e bem educados que convivem com seres chamados de yahoos que, na verdade, são parentes irracionais do ser humano guiados pela brutalidade de seus instintos. Esses cavalos vivem em uma sociedade organizada que valoriza conceitos muito importantes e que assim têm muito a nos ensinar.
Um dos pontos fundamentais dos Houyhnhms (para quem não sabe, é como os cavalos se chamam) é que eles valorizam o conhecimento, a sabedoria. Eles passam isso de geração a geração como um bem muito precioso. Na sociedade atual, capitalista, competitiva, o que há de mais importante que o conhecimento? Precisamos estudar, precisamos entrar em uma faculdade e mesmo depois de terminá-la temos de estar sempre nos atualizando para que a sociedade não nos engula e nos tire a oportunidade de ter uma vida boa. Temos de aprender coisas novas e revisar as que já aprendemos. É preciso valorizar o conhecimento como um bem que deve acompanhar a pessoa por toda a vida e não como a maioria dos jovens o trata: como algo que é preciso para que se passe de ano e que consequentemente só precisa ser adquirido até se ter os pontos suficientes para que a aprovação seja alcançada, podendo depois ser destacado.
Além disso, os Houyhnhms vivem em harmonia, em paz e tomam decisões que favorecem a toda comunidade. Algo que percebemos que não existe nos dias atuais. Dessa forma, é extremamente importante que adquiramos valores morais como o respeito, a responsabilidade e a dignidade, pois a sociedade lá fora, individualista principalmente no mercado de trabalho, tentará tirar isso de nós. E sem esses valores não somos nada, perdemos a nossa essência de ser humano que se traduz no ato de fazer o bem, no pensar e agir de acordo com o que achamos correto, para que não nos tornemos apenas brutais yahoos que só agem por instinto, pelos seus interesses, como nos mostra muito bem Swift em sua história nos dando a visão da sociedade massacrante que construímos.
Dessa forma acreditamos que a leitura de “As Viagens de Gulliver” para estudantes do ensino médio, ansiosos e preocupados em aprender para o vestibular que está próximo, seja extremamente interessante e recomendada. Além de trazer a diversão das aventuras presentes na história, traz muitos conhecimentos que o adolescente usará nas disciplinas acadêmicas e na vida em geral. Pois Jonathan Swift e sua história são do século XVIII, mas suas temáticas são mais do que atuais.
E AÍ, O QUE ACHARAM? POSTEM SEUS COMENTÁRIOS ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário